Um briefing
FATO PRINCIPAL:
Cliente solicita campanha de lançamento da erva-mate “Bah, Guri!” para o mercado “Mapito” (Maranhão, Piauí, Tocantins).
A idéia é convencer o consumidor do Meio Norte a elevar seu consumo de chimarrão de zero para 300 cuias/ano.
A marca, há 37 anos produzida em Erechim, é benchmark no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Tem como diferencial a tradição dos pampas: é amarga, encorpada e deve ser tomada muito quente.
Como fraqueza, a embalagem.
O logotipo mostra um homem de bombacha chicoteando um burro.
A imagem pode trazer resistência ao consumo do chimarrão na região, já que o público tem forte identificação com o jegue.
Mesmo tendo sido alertado pelo Tavares, o cliente não pretende fazer alterações na logomarca (“troco o burrico por uma mula, mas no relho não mexo, tchê”).
CENÁRIO ATUAL:
Há vários concorrentes diretos do “Bah, Guri!” (Bago na Cerca, Tchê Guevara, China Véia do Guaíba).
Como competidor indireto no NE pode-se considerar o licor de catuaba.
Nenhuma marca, no entanto, percebeu a oportunidade de explorar o mercado Norte-Nordeste.
Na reunião de brief, nosso planner levantou os riscos de lançar a “Bah, Guri!” durante o verão, época em que Teresina chega a 45 graus à noite.
A Thais, da Mídia, chegou a sugerir que fosse lançado um tereré, que é bebido gelado, mas o cliente se recusa a adotar uma postura não-ortodoxa na maneira de tomar o seu mate.
POSSÍVEIS POSICIONAMENTOS:
- Neste verão, a bomba de cuia vai bombar.
- Que água de coco, bagual, vai de “Bah, Guri!”.
TOM DA COMUNICAÇÃO:
Não há do’s e don’ts rígidos. Contudo, o cliente pede que nos comerciais apareça um gaúcho vestido em roupas regionais e com forte sotaque nordestino.
OPORTUNIDADES:
O Proença, do BTL, teve a idéia de uma promoção em Belém para alavancar o novo hábito. Na compra de dois pacotes da erva, o consumidor ganharia uma cuia de chimarrrão e outra de tacacá.
Há o risco de erro de cuia no preparo, mas estabeleceríamos um link emocional com o público.
Como a verba para o lançamento é baixa, ações diferenciadas são bem-vindas, a saber:
- Programetes com chefs de cozinha propondo a combinação de pirão-de-mulher parida ou galinha de cabidela com chimarrão.
- Ativação da marca com shows da banda “Chiclete com Banana” tocando o repertório de Gaúcho da Fronteira e Teixeirinha.
- Criação de jangadas em forma de cuia para navegação de banhistas nas praias do Mosqueiro, Calhau e Parnaíba.
- Distribuição de um milhão de chaveiros-cuia em forrós, bailões e cabarés.
RESTRIÇÕES:
NÃO mencionar na comunicação que o chimarrão é tomado quente.
sensacional, coisa de mestre
ResponderExcluirabs
Casanova
Ah, Castelo, a casta dos bons atendimentos (?!?) vai ficar ofendida... rsrs...
ResponderExcluirNão é só Atendimento que escreve brief, Cíntia. O Planejamento também redige. Bjos.
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