Clássicos das estórias infantis para crianças de hoje: Noronha e o Pé de Maconha



Noronha era um garotinho de 37 anos que morava na Vila Madalena em companhia de sua mãe, porque estava desempregado há mais de dois anos e não podia pagar o aluguel e suas contas.

Um belo dia, Noronha resolveu vender o televisor da mamãe para pagar uma dívida com o traficante da esquina.

Como o traficante não tinha troco, deu a Noronha no lugar um saquinho com cem gramas de semente de Cannabis sativa. Quando a mãe de Noronha viu aquele saquinho de sementes em cima do móvel onde costumava ficar a televisão, gritou ensandecida:

- Trocou minha televisão por meio quilo de gergelim, filho desnaturado! Isso não fica assim!

E pegou o saquinho, jogando-o no quintal da casa.

No dia seguinte, quando Noronha despertou na maior larica, levou um susto de cair no chão. Havia, no quintal de sua casa, um pé de maconha de aproximadamente uns trezentos e noventa e cinco metros e quarenta e sete centímetros de altura.

Todo o pessoal da Vila veio ver, estarrecido, a maravilha que era aquela árvore do outro mundo. Ônibus e mais ônibus de excursão vinham de Visconde de Mauá, Baixo Leblon, Lumiar. E, no Baixo Bexiga, um postal da árvore de Cannabis chegava a ser vendido por 15 reais!

Como todos queriam levar algumas folhas de recordação, Noronha - assessorado pela mãe - começou a cobrar ingresso ao quintal de casa e logo ficaram muito ricos.

Quando o Governo percebeu a mina de ouro, resolveu cobrar impostos da família de Noronha. Como Noronha pagava os tributos com a maior facilidade do mundo, os políticos resolveram que o melhor era encampar a árvore e a casa, indenizando Noronha e a mãe em dólares norte-americanos.

Com o dinheiro arrecadado do pé de maconha gigante, o Governo pôde finalmente fechar todas as contas públicas.

E foram todos felizes para sempre.

Comentários

  1. Nem precisa dizer que é nuito, muito boa a crônica. Só podia ser tua rsrsrs E por falar em crônicas do Castelo, sinto sua falta na Caros Amigos.

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  2. Oi Fernanda, bom lê-la aqui. A Caros Amigos, né? Pois então, desde a morte do Sergio de Souza que parei de escrever lá. Sou ligado mais às pessoas que às publicações, de fato. E, depois que ele faleceu, fiquei meio sem embocadura pra continuar escrevendo. Quem sabe uma outra revista hora dessas? Se rolar, te aviso. Bjos.

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  3. signore,

    fábulas e contos do castelo encantado...rs

    bom...invariavelmente, muito bom.

    abraçsons

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